No tempo de colheita
eras a foice a cercear-me com carinho.
Carvaste na árvore de minha intimidade
teu poema punhal.
Coração e teu nome:
ganhei o abstrato de teus golpes
ao preço de minhas entranhas.
Na estranheza de tua caligrafia
percorro com os dedos
as marcas do relevo de teu corpo em minha carne.
Te cravo em mim, menina rosa,
mais fundo e mais fundo,
pensando mui linda mui linda mui linda mui linda
quando serás finalmente minha
pela dádiva das voltas que dá a matéria?
Sentada no trono de minha idéia
a musa está sempre presente, mas nunca vem!
Está lá, e sangra e sangra...
o cara é que corre atrás!
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